TEIXEIRA, MURICY E MANO

Por Marcello Campos

E o Brasil tem o novo treinador para o projeto copa 2014. Mano Menezes, do Corinthians foi confirmado como o novo comandante da seleção.
Mas antes disso, uma situação, no mínimo constrangedora, foi proporcionada pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Teixeira fez o convite à Muricy Ramalho, treinador do Fluminense, em uma reunião nesta sexta de manhã e, saiu da conversa já dando o nome como certo. Erro gravíssimo! Se você está trabalhando em uma empresa e outra te faz uma proposta, no mínimo, antes de qualquer resposta, primeiro, você vai até o seu “patrão” e expõe a situação, certo? Para o manda-chuva da CBF parece que não. Teixeira, antes de qualquer confirmação de Muricy, já declarou a imprensa que o mesmo estava confirmado no comando. De forma muito ética e profissional, Ramalho foi até a presidência de seu clube e expôs a proposta. Roberto Horcades, presidente tricolor, disse não permitir a quebra de contrato e “vetou” Muricy. O técnico, que nunca precisou provar nada para ninguém, numa atitude muito profissional, compreendeu a posição de Horcades e disse não à seleção.
Com isso, mais um circo foi montado em torno da seleção brasileira. Ricardo Teixeira, numa atitude muito prepotente, julgou que em qualquer situação, qualquer um tem que “obedecer a suas ordens”.
Muricy teve um posicionamento profissional e, mesmo que eu pense que tudo poderia ter sido resolvido na base da conversa, seguiu a sua ética. Quem sai ganhando é o Fluminense, que já é líder do campeonato brasileiro e agora, tem motivação extra para conseguir o bicampeonato nacional.
E quem acabou “pagando o pato” foi Mano Menezes. Como segundo plano, o manda-chuva da federação enviou o convite ao técnico corintiano, que aceitou prontamente e agora é o novo técnico da seleção.
Algumas questões me deixam intrigados e gostaria de compartilhá-las com vocês.

Por que tudo não foi feito de forma sigilosa, evitado toda essa situação?
Se as três partes, CBF, Fluminense e Muricy, tivessem conversado a possibilidade do treinador assumir a seleção inteiramente no final do ano e até lá, comandasse os dois, levando-se em conta que apenas dois amistosos serão realizados nesse segundo semestre, não poderia ser uma solução mais inteligente?
E o que esse senhor ainda faz no comando da Confederação Brasileira de Futebol, se até o presidente do Brasil muda em no máximo oito anos? Mais de vinte anos é um absurdo!

Bom, no final das contas, espero que Mano se dê bem e a seleção volte ao topo do ranking mundial o quanto antes.
Parabéns à Muricy pela atitude de homem, ao deixar claro que a ética que segue está acima de qualquer poder.
E a Ricardo Teixeira, um recado: Dê espaço para renovação completa e encerre seu ciclo. O Brasil ganharia muito com isso.